Brasil foi mal, mas a indústria de todo o planeta desacelerou em 2019
O Brasil esteve longe de ser o único país a apresentar um pífio desempenho industrial em 2019. De acordo com um relatório recente da United Nations Industrial Development Organization (Unido), o dinamismo da produção manufatureira no mundo encolheu ao longo do ano, de +2,2% no primeiro trimestre do ano passado para +1,2% no terceiro, na comparação com igual período de 2018.
O pior desempenho foi registrado pelas economias desenvolvidas, onde a queda da produção da indústria de transformação foi de -0,7% no terceiro trimestre de 2019, puxada, sobretudo, pelos europeus.
Os países emergentes e em desenvolvimento, exceto a China, no entanto, tampouco se saíram bem, variando apenas +0,2%. Na América Latina, houve declínio de -0,5%. Deveu-se o mau desempenho latino-americano, principalmente, aos resultados negativos da indústria da Argentina (-5,2%) e do Brasil (-1,4%).
Para a Unido, as incertezas com o Brexit e as tensões comerciais envolvendo os Estados Unidos, China e Europa foram causas importantes da queda de dinamismo da indústria global, que não deixou de fora nem mesmo a pujante China.
De fato, se a produção de manufaturas da China ainda se manteve em ritmo muito superior aos demais países no trimestre julho-setembro de 2019 (5,1%), ela ficou abaixo da variação dos dois trimestres anteriores, quando assinalou variação positiva de 6,6% e 5,6%.
Segundo a Unido, foram as indústrias de média-alta e alta tecnologia - líderes no crescimento da produção de manufaturas mundial no início de 2018 - que apresentaram a maior desaceleração.
Os efeitos negativos vieram, sobretudo, do setor automobilístico e do de equipamentos. Em julho-setembro de 2019, as indústrias de média-alta e alta tecnologia cresceram apenas +1,3%, comparativamente menos que os bens de média intensidade (+2,1%).
De acordo com análise do Instituto de Estudos de Desenvolvimento Industrial (Iedi), a má performance industrial do Brasil deixou-o na 33ª colocação em um ranking de crescimento da indústria composto de 44 países. O Iedi utilizou no estudo dados dos próprios países, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) e da Eurostat.
Fonte: IEDI
Fonte: Revista Usinagem Brasil